domingo, 29 de maio de 2011
A SOLIDÃO É UM MECANISMO DE PROJEÇÃO
Costumamos ver os outros conforme nos enxergamos.
Na maior parte das vezes a leitura que fazemos das outras pessoas espelha nosso interior.
A sensação de estar só pode ser vista sob múltiplos focos – Mas acima de tudo:
A solidão aparece quando negamos nossas sensações, sentimentos e experiências interiores.
Fomos treinados a viver uma vida idealizada, pré-fabricada montada em conceitos sociais.
Mesmo que tenhamos poucos valores próprios e não sejamos os arquitetos de nosso próprio destino:
Ainda assim; nós queremos que tudo seja como idealizamos e que as pessoas também correspondam às nossas expectativas e desejos. Desse modo, enxergamos tudo do jeito que queremos ver, e projetamos nas pessoas o que nos temos na alma.
Não conseguimos nos aceitar o que somos e como somos; desse modo, fugimos de nós mesmos. E tentamos encontrar a nós mesmos nos outros; para compensar a perda do controle íntimo. Só que escolhemos um caminho que não dá certo: controlar a vida dos outros. Ora ninguém gosta de ser manipulado e controlado o tempo todo, esta é uma das origens da bagunça interativa que está em andamento.
Ao perdermos o medo de nós mesmos; perderemos também o medo de compartilhar nossa vida com as outras pessoas.
Perdemos a própria identidade e queremos tomar posse dos outros.
O medo de perder as pessoas que adotamos como nossa posse; também faz com que de forma pouco corajosa; para que não as percamos; nós fujamos delas.
Ou que mantenhamos a relação na superfície das coisas.
E as relações superficiais não são capazes de manter as pessoas juntas.
A insatisfação negativa íntima leva as pessoas a uma busca maluca e frenética daquele ser idealizado com quem possam compartilhar suas mais íntimas aspirações. Um após, outro e outro...
Se eu estou de bem comigo – estou de bem com todo mundo.
Namastê.
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