quinta-feira, 28 de julho de 2011
DESENCALHE
Antigamente as mulheres tinham mais medo de encalhar do que os homens – havia até taxa de desencalhe ou dote. Hoje nem tanto.
Os relacionamentos são mais flexíveis – sempre dá para “ficar” ou fazer um test drive, antes de assumir um compromisso mais efetivo.
Mas uma coisa que vale tanto hoje quanto valeu ontem:
Quem não joga a rede não pesca nada.
Na busca da cara metade, sabe-se lá quantas pessoas se cruzam por aí sem se encontrar. Falta de sorte? Nada disso: faz parte do jogo do amor.
O medo de ficar encalhado tanto para homens quanto para mulheres reforça a timidez social, um empecilho para que o indivíduo abra canais que favoreçam a paquera, a interação, a troca que é capaz de gerar experiências para ajudar no progredir.
O medo da solidão e de encalhar cria um círculo vicioso capaz de fazer com que as pessoas cometam desatinos amorosos de resolução que pode ultrapassar a existência.
Quem não arrisca não petisca diz o ditado; no entanto, o mínimo que se espera de um pescador é que saiba onde e quando vai lançar a rede sem se deixar levar pela expectativa; na contramão: acomodações afetivas prá lá de prematuras geram a carência, o conformismo que é um tipo de mofo existencial – ninguém merece a companhia de uma pessoa mofada – toc – toc...
Porém do outro lado da moeda, quem por medo ou preguiça, se conforma em aceitar logo de início relações afetivas inadequadas; merece o que vem como pacote de futuro: frustração e seus efeitos difíceis de reparar.
O medo de encalhar ou de ficar para titia ou titio leva muitas pessoas a se agarrar a um relacionamento que não tem a mínima condição de dar certo. A pessoa continua com aquele parceiro porque não vê ou não tem possibilidades de conseguir outro; no velho estilo: “melhor um pássaro na mão do que dois voando” – prá quem gosta de urubu é um prato cheio.
O temor de encalhar também leva a conflitos íntimos (com direito a revirar os zoinhos e suspiros) sobre as expectativas de encontrar a pessoa dos sonhos, a alma gêmea.
O medo do encalhe ao longo do tempo sempre envolveu, e continua, os interesses de muita gente.
Na relação familiar, numa primeira fase, os pais mais controladores tentam de todas as formas fazer uma triagem para “segurar as experiências amorosas dos filhos (claro que mais das filhas); para evitar certos relacionamentos que não atendem ás suas expectativas - mas, quando a possibilidade de encalhe é forte, principalmente em se tratando de mulher, fazem ao contrário; até tentam empurrar as filhas a qualquer preço para a primeira pessoa que se dispuser a “encará-las”, custe o que custar – estilo off – ou até pacote desencalhe.
O medo de continuar só e de não experimentar o presente dos deuses, o tão badalado orgasmo – faz com que a pessoa ao se aproximar da maturidade defronte-se com o terrível medo de contentar-se consigo mesma.
Brincadeiras á parte: o assunto é sério; pois a possibilidade de uma relação afetiva que se iniciou ou se manteve às custas do temor de encalhar deixar a desejar é grande.
Já que somos poucos dados a pensar é preciso proteção:
A legislação capaz de sustentar as relações afetivas na atualidade favorece as mulheres – os antigos caça dotes ficaram podados pela união com separação de bens. Claro que muitos espertos ainda vivem às custas da mulherada; seja das que herdaram dotes ou das que “ralam na vida profissional” para sustentar os que posam de sedutores.
Algumas mulheres bem espertinhas, quase sempre bem dotadas e apaixonáveis, descobriram o dote ao contrário, uma mina de ouro com os novos testes de paternidade. E essa mina de ouro tem nome (alguns estranhos, cheios de lls e ys); mas o que conta é o sobrenome paterno que traz junto a bolsa – pensão.
Essas são poucas – vários são os subtipos: maria chuteira, fãzocas, sobrinhas. A modalidade “sobrinha” embora não seja tão nova, é a que mais cresce; é muito comum atualmente na Europa – de repente desce do avião um tiozinho com ares de bem sucedido com uma sobrinha com ares de apaixonada pendurada no seu ombro – depois o fim da história é um verdadeiro conto de fadas: cidadania da comunidade e um monte de mordomias...
Mas na vida real a coisa é diferente; é mais em baixo.
Para a maioria das não muito bem dotadas, a vida continua sendo injusta; ás vezes para não encalhar hesitam em usar a Lei Maria da Penha e se submetem a uma vida sofrida para não ter um piti atrás do outro e precisar ouvir das más línguas: é falta! - ou até vivendo até de bolsa família prá sustentar a mulecada e o marmanjo.
Ô taxa de desencalhe que custa os olhos cara!
Claro que mesmo numa sociedade em que predominam mulheres ainda há muitos homens encalhados.
Mas esses são ás vezes vistos como esquisitos ou gente que tem problemas psicológicos, ás vezes nem tão complicados assim de resolver; apenas nunca haviam molhado o biscoito.
Realmente este nosso planeta é muito rico em diversidade; não é á toa que está cheio de ET bisbilhotando por aqui para nos copiar – exemplo: quando se trata de encalhe; enquanto algumas mulheres usam a mina de ouro do teste de DNA para comprovar a paternidade e receber a bolsa; outras se especializam em garimpar “jóias masculinas encalhadas” – segundo elas: melhor do que serra pelada.
Pior, é para quem já vinha navegando; e se deixou encalhar...
E á noite a maré sobe mais...
Coisas do destino; muito bem explicadas nas revistas temáticas e congêneres.
Quem tem a receita do desencalhe?
Com a palavra.
Namastê.
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