VIVER?
PARA QUE?
Nadamos, nadamos, nadamos e parece que
vamos morrer na praia, feito peixes agonizantes.
Essa sensação de impotência e de quase
desespero está pegando pesado num número cada vez maior de pessoas de todas as idades,
classes sociais, de muita ou pouca cultura.
As perguntas:
De que valeu o esforço?
Para que tanto empenho, preocupações e
sofrimento?
Elas começam a soar na nossa cabeça,
perturbando, desestruturando; e nos fazendo perder: o sono; a memória; a
concentração; e para muitos: até o desejo de viver.
Todo mundo, cada um do seu jeito, anda se
queixando que está esgotado, e, que não agüenta mais levar essa “sofrida vida”,
esse calvário, nem mais um dia.
Esse estado de sentir-se é um coquetel de
emoções: uma mistura de desalento, tristeza, angústia, ansiedade, insatisfação
e medo.
Resumindo: frustração mal
elaborada somada a um processo de neurastenia.
Cansei!
Não agüento mais!
Chega!
Basta!
As perguntas a serem respondidas:
E daí?
Vais fazer o quê?
Vistos de fora (ETs e Cia Ltda.), nós somos
uma “koisa” muito engraçada:
Quando espiamos a vida do outro, quando
somos expectadores do sofrer dele, do seu fim do mundo, do seu não suporto
mais!
Ele é uma piada, até um bom motivo de
chacota.
E se tivéssemos coragem diríamos em alto e
bom som:
- Tá cansado de quê? Idiota!
- Tá cansado de “encher o saco” dos outros?
Trouxa!
- Tá cansado de tentar controlar a vida das
outras pessoas? Seu metido!
- Tá cansado de sua vida inútil? Babaca!
Na vida profissional a conversa é a mesma:
-“Estou morrendo de tanto trabalhar e cada
vez ganho menos!”.
- “Ganhei uma nova função na empresa: mais
trabalho e responsabilidade; mas, com o mesmo salário!”.
- “Não suporto mais aquelas pessoas do meu
trabalho, todas tão falsas!
A relação entre pais e filhos também serve
de exemplo:
- “Prá quê serve você ficar sem dormir, sem
comer, sem viver, se eu chego mais tarde, se não te dou satisfação do que faço,
do que gosto ou do que quero?”. - Pensam muitos filhos, embora, sem a coragem
necessária para verbalizar isso, para suas mães e pais. Então, brigam com seus
botões: O que você tem a ver com isso? Eu sou eu e você é você!
Ouçamos a outra parte, o não agüento mais
dos pais:
- Mas, meu filho! Que ingratidão! Tu és
minha vida! Tudo que eu faço é para te agradar! Tudo que sofri para conquistar
o que tenho só para deixar para você! Se soubesses um décimo do que passei para
chegar aonde cheguei! Eu não quero, eu não admito que você passe pelas
situações que passei para chegar onde estou! E você não dá valor a nada do que
faço!
Na vida em família baldes de lágrimas são
derramados; todos os dias, acompanhados de muita chantagem emocional, tentativa
de controle, suborno afetivo..., tudo em vão.
Pois:
Tudo vai cair no: não agüento mais!
Maldita educação (quando deveria ser
bendita se atualizada).
Lamentavelmente fomos treinados a viver a
vida dos outros, ignorando a nossa.
E, desde que não haja envolvimento
emocional, nem sentimento de posse; nós somos experts em achar soluções para as
dificuldades de outrem.
Para que serve minha vida?
Namastê.
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